[Vimos o mundo aceso no seus olhos]

Vimos o mundo aceso nos seus olhos,
E por os ter olhado nós ficámos
Penetrados de força e de destino.

demasiado depressa Anunciou-nos a pátria nunca vista,
E a sua perfeição era o sinal
De que as coisas sonhadas existiam.

Vimo-lo voltar das multidões
Com o olhar azulado de visões
Como se tivesse ido sempre só.

Tinha a face orientada para a luz,
Intacto caminhava entre os horrores,
Interior à alma como um conto.

E ei-lo caído à beira do caminho,
Ele – o que partira com mais força
Ele – o que partira pra mais longe.

Porque o ergueste assim como um sinal?
Pusemos tantos sonhos em seu nome!
Como iremos além da encruzilhada
Onde os seus olhos de astro se quebraram?

P. José Carneiro, SJ
Atas do 5.º Congresso Eucarístico Nacional, SNL 2024, pp. 121-122