Do discurso AOS PARTICIPANTES NO JUBILEU DAS IGREJAS ORIENTAIS

Cristo ressuscitou. Verdadeiramente ressuscitou! Saúdo-vos com as palavras que, neste tempo pascal, o Oriente cristão não se cansa de repetir em muitas regiões, professando o âmago da fé e da esperança. E é bom ver-vos aqui precisamente por ocasião do Jubileu da esperança, da qual a ressurreição de Jesus é o fundamento indestrutível. Bem-vindos a Roma! Estou feliz por me encontrar convosco e por dedicar um dos primeiros encontros do meu pontificado aos fiéis orientais.

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Sois preciosos! Olhando para vós, penso na variedade das vossas proveniências, na história gloriosa e nos amargos sofrimentos que muitas das vossas comunidades padeceram ou padecem.

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A Igreja precisa de vós! Como é grande a contribuição que o Oriente cristão nos pode oferecer hoje! Quanta necessidade temos de recuperar o sentido do mistério, tão vivo nas vossas liturgias, que abrangem a pessoa humana na sua totalidade, cantam a beleza da salvação e suscitam o enlevo pela grandeza divina que abraça a pequenez humana! E como é importante redescobrir, também no Ocidente cristão, o sentido do primado de Deus, o valor da mistagogia, da intercessão incessante, da penitência, do jejum, do pranto pelos pecados, próprios e de toda a humanidade (penthos), tão típicos das espiritualidades orientais! Por isso, é fundamental valorizar as vossas tradições sem as diluir, talvez por praticidade e comodidade, para que não sejam corrompidas por um espírito consumista e utilitarista.

As vossas espiritualidades, antigas e sempre novas, são medicinais. 

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Portanto, quem mais do que vós pode entoar palavras de esperança no abismo da violência? Quem melhor do que vós, que conheceis de perto os horrores da guerra, a ponto que o Papa Francisco definiu as vossas Igrejas «martiriais»? É verdade: da Terra Santa à Ucrânia, do Líbano à Síria, do Médio Oriente ao Tigray e ao Cáucaso, quanta violência! E diante de todo este horror, sobre os massacres de tantas vidas jovens, que deveriam provocar indignação, porque em nome da conquista militar são as pessoas que morrem, sobressai um apelo: não tanto do Papa, mas de Cristo, que repete: «A paz esteja convosco!»

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arei todos os esforços para que esta paz se propague. A Santa Sé está disponível para que os inimigos se encontrem e se fitem nos olhos, para que aos povos se devolvam a esperança e a dignidade que merecem, a dignidade da paz. 

Leão XIV