O Carmelo vive o Ano Jubilar de Esperança em caminho sinodal com a Igreja. Caminhar juntos na esperança é o lema da Quaresma. Vamos celebrar a Páscoa de 2025 e Cristo, é a nossa esperança (1 Tm 1, 1). A esperança não nos engana (Rm 8, 24), porque nada nem ninguém nos pode separar do amor de Deus que está em Cristo (Rm 8, 35. 39). Deus prova o seu amor para connosco: quando ainda ramos pecadores, Cristo morreu por nós (Rm 5, 8). Jesus sempre está ao nosso lado para nos dar esperança, para nos aquecer o coração… E esta é a nossa esperança, Vamos em frente com esta esperança! Porque Ele está ao nosso lado e caminha connosco, sempre (Papa Francisco).
O Deus da esperança vos encha de toda a alegria e de toda a paz na vossa fé, para que pela força do Espírito Santo transbordeis de esperança (Rm 15, 13). A expressão Deus da esperança não significa somente que Deus é o objecto da nossa esperança, ou seja, Aquele que esperamos alcançar um dia na vida eterna; quer dizer também que Deus é Aquele que já neste momento nos faz esperar, aliás, nos torna alegres na esperança (Rm 12, 12). Transbordar de esperança significa nunca desanimar; significa esperar contra qualquer esperança (Rm 4, 18), ou seja, esperar até quando falta qualquer motivo humano para esperar, como aconteceu com a Virgem Maria aos pés da cruz de Jesus.
Cristo, o nosso Cordeiro pascal imolado (1 Cor 5, 7), é a força da nossa esperança. Guiados pela «Mãe da Santa Esperança» – Em mim está toda a esperança (Sir 24, 24) –, continuamos a procurar e a encontrar Cristo, nossa esperança de glória (Cl 1, 27). Missionários de esperança procuramos manter acesa a chama da esperança para chegarmos a ser santos – Espero n’Aquele que é a própria Santidade. Só Ele, contentando-se com os meus fracos esforços… me fará santa – e imploramos a salvação eterna para nós e todos os homens, certos de que a esperança de Deus tanto alcança, quanto espera. Uma só esperança faz palpitar o meu coração, é o amor que receberei e que poderei dar. Como Teresa de Lisieux, – a 17 de Maio celebramos os 100 anos da sua canonização –, levamos o desespero deste mundo com esperança, isto é, com fé no amor. Como João da Cruz, onde não há amor, ponhamos amor e encontraremos amor. Como carmelitas não somos profetas da desgraça, mas, peregrinos e semeadores de esperança. O amor, derramado pelo Espírito Santo nos nossos corações»
(Rm 5, 5), é o motor que impele a nossa esperança de já poder amar a Deus e os
nossos irmãos e caminharmos com alegria para a Páscoa do Senhor.
P. Manuel Reis
(Flor do Carmelo – Série III – nº 57 – abril 2025. p. 2)


