Memória a 12 de Setembro
A Bem-aventurada Irmã Maria de Jesus foi amiga e discípula fiel de Santa Teresa de Jesus. Nasceu em 1560, aos 4 anos de idade ficou orfã de pai, gravando no seu coração estas últimas palavras do seu pai moribundo: «Filha, Deus será o teu pai». Esta carmelita honrava-se de levar o nome da Virgem Maria, a quem tinha muita devoção e de quem parece ter ouvido dizer um dia: «Quero-te para filha». Na adolescência, foi pretendida por muitos rapazes para esposa, o que a levou a entregar-se durante muito tempo às vaidades e futilidades próprias da juventude. Um dia, pensou ouvir uma voz que lhe dizia: «Quero-te para carmelita descalça». Como não tinha ainda ouvido falar das carmelitas descalças teve que perguntar ao seu confessor, que então lhe falou da família fundada por Santa Teresa e S. João da Cruz.
Entrou no Carmelo de Toledo, onde tomou o hábito de Nossa Senhora do Carmo. Começado o noviciado, caiu doente. Devido a esta doença, as Irmãs não lhe queriam dar a profissão, mas, Santa Teresa, que não conhecia a noviça, escreveu à comunidade para que a deixassem professar. Tomou o nome de Maria de Jesus. Quando a Santa Madre chegou a Toledo e conheceu Maria de Jesus, disse-lhe: «Muito bem falaram de si, mas agora vejo que é muito mais do que todo o bem que diziam».
Santa Teresa dizia de Maria de Jesus que seria santa, mas que já o era e que era muito mais do que o que tinha imaginado dela.
Segundo alguém escreveu, a Irmã Maria de Jesus padeceu os trabalhos do Céu, da terra e dos infernos, mas de todos saiu vencedora pela graça e pela força de Deus. Na sua última doença, ouviu Cristo que lhe perguntava se não queria já entrar na glória. Maria de Jesus respondeu que a prioresa a queria viva e lhe ordenava que pedisse a Deus a vida. Ao que Cristo lhe respondeu: «Pede-lhe licença para morrer e ela ta dará». Assim aconteceu. No dia 13 de Setembro de 1640, Maria de Jesus, tomando as mãos da prioresa, pediu-lhe licença para morrer. Tendo respondido a priora: «Faça-se a vontade de Deus». E assim faleceu de seguida a Irmã Maria de Jesus.
Maria de Jesus, «o letradilho» da Santa Madre, sua amiga, discípula e confidente morreu com oitenta anos, dos quais 63 como carmelita descalça.