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Dia 30 Outubro, Domingo
XXXI Domingo Comum
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Às seis da manhã,
quando se abriu a porta da capela do Carmelo de São
José havia já um magote de pessoas à espera. Às 8h15
o Padre Provincial presidiu à Eucaristia Dominical
que foi concelebrada por outros sacerdotes, entre
eles a equipa formativa do Seminário Diocesano de
Setúbal. A homilia do presidente da celebração tocou
o essencial da espiritualidade teresiana e
enraizou-se no mistério de Deus que se revela na
Eucaristia. «Pedi, referiu Frei Pedro Ferreira, a
Santa Teresinha que faça descer a chuva de graças
sobre vós, sobre a Igreja e sobre Portugal, que
tanto precisa. Pedi-lhe mais vocações consagradas,
missionárias e sacerdotais. Pedi-lhe o milagre de
que necessitais, para que ela não os conceda só a
uns — como me concedeu já a mim! — mas a vós também,
por que também vós sois seus irmãos». |
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Depois da Eucaristia as
Relíquias deram entrada no Santuário de Nossa Senhora de
Fátima, transportadas pelo Frei João Costa e Frei Pedro
Ferreira e alguns outros devotos que viram na oportunidade a
ocasião duma graça concedida. Presidiu à pequena procissão,
desde as obras da futura basílica da Santíssima Trindade até
à Capelinha das Aparições, o senhor D. Serafim Ferreira,
bispo de Leiria-Fátima. Seguiu-se a oração do terço com
meditações retiradas do Guião das celebrações.
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À hora certa as Relíquias foram levadas até ao altar do
Recinto. Levaram-nas os Carmelitas vestidos de hábito e capa
branca como se impunha. Chovia intensamente, mas nem a chuva
a cântaros refreou os ânimos, e assim os Carmelitas Freis
Manuel Dias e João Costa, Joaquim Teixeira e Alpoim
Portugal, José Vieira e Pedro Ferreira venceram a curta
distância até à presidência, desde onde Teresinha foi vista
e viu o imenso povo que naquele domingo rezou em Fátima. Na
homilia o senhor D. Serafim referiu-se a Teresinha como
«a Santa do Amor, que
revela o amor misericordioso de Jesus a fim de todos
caminharem para Ele. E perguntou:
«dizei-me, quereis, como Santa Teresinha, percorrer os
caminhos do amor e da confiança, sem hesitar nem vacilar,
porque esse é o caminho certo e curto que nos leva ao
coração de Deus?».
«Sim, queremos!»,
respondemos. E como a chuva era ainda mais intensa durante a
homilia, D. Serafim renovou a pergunta e nós respondemos com
a mesma resposta. E com redobrada energia e convicção.
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Depois da Eucaristia as Relíquias foram levadas para a
Colunata (lado da Casa de Nossa Senhora das Dores). Milhares
de pessoas tiveram, então, oportunidade para as venerar.
Milhares? Milhares de pessoas? Sim. Milhares de pessoas de
todas as idades e condições, velhos e novos, com saúde e sem
ela, consagrados e leigos. Eram tantas que nos vimos na
contingência de pôr em segurança o Relicário. Tal, porém,
não foi necessário porque imperou o bom senso entre a turba
que confluíra para a Colunata.
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Ali hão-de passar cinco bispos brasileiros (Dom Fiel e D.
Pedro, Carmelita, foram dois deles) e como a eucaristia fora
concelebrada por outros dois o número subiu para sete!
Perguntaram e testemunharam a alegria e o amor que despertam
as Relíquias, e confirmaram que não era menor que quando
elas passaram no Brasil!
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Até às 16h00 acorreram os fiéis, curiosos e devotos. Ali
rezamos e cantamos a santidade de Teresinha e a sua mensagem
dirigida a crentes e não crentes. O Frei Jeremias de S. João
da Cruz pregou incansavelmente, sem tempo para beber água. O
fervor era intenso: quando era para rezar rezava-se, e
cantava-se e ouvia-se com respeito e emoção.
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Quantos passaram por Fátima naquela tarde, diante do
Relicário? Não sei. Foram muitos. Quase todos com vontade
que ela passasse nas suas terras ou perto, e para lá
marcaram novo encontro com Teresinha. E ela vai lá estar.
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O Reitor do Santuário, Padre Luciano Guerra, venerou também
as Relíquias. Depois, com afecto, presidiu ao Rito de
Despedida desta Peregrina muito especial.
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A Peregrina entre peregrinos de Fátima despediu-se às 16h00.
Os peregrinos acompanharam-na com cânticos e palmas até à
partida. No ar havia lenços e cachecóis brancos que
despediram a Pequena Florzinha Branca como se despedissem a
Virgem Santíssima. Era forçoso que Teresinha fosse embora, e
foi. Seguimo-la com o olhar enquanto no coração ficava a
alegria de termos tocado a santidade.
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Às 17h00 as Relíquias chegam
à Igreja de S. Pedro, em Torres Novas. À porta estão a
recebê-las o Rev. Pároco e outros sacerdotes e muitos fiéis,
quer dentro quer fora da igreja. Organizada a procissão as
Relíquias entram na igreja sob uma enorme salva de palmas.
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Depois do Acolhimento seguiu-se a oração de Vésperas
presidida pelo Bispo diocesano, D. Manuel Pelino.
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Às 21h00 em ponto, S. Teresinha foi recebida na Sé de
Santarém. A recebê-la estava D. Manuel Pelino e o Clero. À
chegada, o Largo da Sé estava cheíssimo! Depois do
Acolhimento seguiu-se uma Eucaristia Solene presidida pelo
Bispo diocesano. Na sua homilia referiu que
«as relíquias de Santa
Teresinha tornam presente a sua santidade e testemunham a
sua fidelidade no seguimento de Jesus. Porém, estas humildes
relíquias são mais que relíquias: são Teresinha que vem até
nós, a sua doutrina que nos ilumina o caminho, são o
Evangelho e o seu exemplo de vida».
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À medida que a noite se foi alongando tornou-se mais forte a
presença dos jovens. Belo para quem viu foi ver os jovens a
cantar o hino desta Peregrinação das Relíquias: «No coração
da Igreja, minha mãe, eu serei o amor!». E mais belo foi
quando os jovens deram as mãos ao seu Bispo e depois todos
se deram as mãos para cantarem a comunhão que os une, a
comunhão dos santos, que ali se realizava por intercessão de
Teresinha!
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As vigílias de oração foram-se sucedendo ao longo de toda a
noite: todas as Vigararias subiram à Sé catedral para a
veneração. Às 4h00, os sacerdotes reuniram-se à volta do
Relicário para rezar junto de quem se consagrou carmelita
para rezar por eles!
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Durante todo o tempo houve sempre um sacerdote presente e
disponível para o sacramento da Confissão.
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As Edições Carmelo deslocam para os lugares da Veneração das
Relíquias alguns livros e outros subsídios. É uma forma da
presença da Santa Teresinha perdurar junto dos seus amigos
depois da sua partida. Porém, em Santarém esgotou-se tudo,
tal a avidez...